02 outubro, 2014
CNBB publica texto base da Campanha da Fraternidade 2015
Com
o tema “Fraternidade: Igreja e Sociedade” e lema “Eu vim para servir” (cf. Mc
10, 45), a Campanha da
Fraternidade (CF) 2015 buscará
recordar a vocação e missão de todo o cristão e das comunidades de fé, a partir
do diálogo e colaboração entre Igreja e Sociedade, propostos pelo Concílio
Ecumênico Vaticano II.
O
texto base utilizado para auxiliar nas atividades da CF 2015 já está disponível
nas Edições CNBB. O documento reflete a dimensão da vida em sociedade que se
baseia na convivência coletiva, com leis e normas de condutas, organizada por
critérios e, principalmente, com entidades que “cuidam do bem-estar daqueles
que convivem”.
Na apresentação do texto,
o bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário geral da CNBB, dom Leonardo
Ulrich Steiner, explica que a Campanha da Fraternidade 2015 convida a refletir,
meditar e rezar a relação entre Igreja e sociedade.
“Será uma oportunidade de
retomarmos os ensinamentos do Concílio Vaticano II. Ensinamentos que nos levam
a ser uma Igreja atuante, participativa, consoladora, misericordiosa,
samaritana. Sabemos que todas as pessoas que formam a sociedade são filhos e
filhas de Deus. Por isso, os cristãos trabalham para que as estruturas, as
normas, a organização da sociedade estejam a serviço de todos”, comenta dom
Leonardo.
Proposta do subsídio
O texto base está
organizado em quatro partes. No primeiro capítulo são apresentadas reflexões
sobre “Histórico das relações Igreja e Sociedade no Brasil”, “A sociedade
brasileira atual e seus desafios”, “O serviço da Igreja à sociedade brasileira”
e “Igreja – Sociedade: convergência e divergências”.
Na segunda parte é
aprofundada a relação Igreja e Sociedade à luz da palavra de Deus, à luz
do magistério da Igreja e à luz da doutrina social.
Já o terceiro capítulo
debate uma visão social a partir do serviço, diálogo e cooperação entre Igreja
e sociedade, além de refletir sobre “Dignidade humana, bem comum e justiça
social” e “O serviço da Igreja à sociedade”. Nesta parte, o texto aponta
sugestões pastorais para a vivência da Campanha da Fraternidade nas
dioceses, paróquias e comunidades.
O último capítulo do texto base apresenta os resultados da CF 2014, os projetos atendidos por região, prestação de contas do Fundo Nacional de Solidariedade de 2013 (FNS) e as contribuições enviadas pelas dioceses, além de histórico das últimas Campanhas e temas discutidos nos anos anteriores.
Fonte: CNBB
O último capítulo do texto base apresenta os resultados da CF 2014, os projetos atendidos por região, prestação de contas do Fundo Nacional de Solidariedade de 2013 (FNS) e as contribuições enviadas pelas dioceses, além de histórico das últimas Campanhas e temas discutidos nos anos anteriores.
Fonte: CNBB
Eleição: o que difere o voto no candidato do voto na legenda?
Neste
domingo (5), acontece o primeiro turno das eleições, em
que o cidadão terá de votar para presidente da República, senador, governador,
deputado federal e estadual. E é justamente no voto para os cargos do
legislativo que surgem as dúvidas: se votar no candidato,
ajuda a coligação? Ou tenho de votar na legenda (número do partido) para ajudar
a eleger mais candidatos? Os votos para governador e presidente também ajudam a coligação?
A
entrevista é de Marcelo Hailer, publicada pela revista Fórum,
30-09-2014.
Para
responder esta e outras dúvidas, a reportagem da revista Fórum conversou com a advogada especialista
em direito administrativo e eleitoral, Karina Kufa, que
também é presidenta do Instituto Paulista de Direito
Eleitoral (IPADE).
O
que difere votar na legenda e no candidato a deputado?
Os votos para deputado federal, estadual e vereador, conhecidos
como proporcionais, são votos destinados ao partido ou coligação. É
importante explicar o que é coligação antes de entramos mais a fundo no
assunto.
A coligação é a união de dois ou mais partidos para disputarem
uma eleição, assim, todos os partidos reunidos serão representados pela
coligação e os votos destinados aos candidatos ou legendas dos partidos em
questão serão destinados à coligação.
Assim, o voto dado a determinado candidato será destinado ao
partido ou coligação, quando existir, servindo apenas o voto no candidato para
que ele tenha preferência dentro do seu partido ou coligação. Mesmo
nesse sistema, é importante escolher o candidato, pois isso o favorece a uma
melhor posição entre os seus pares.
Por que quando um candidato de
um dado partido tem expressiva votação leva consigo outro candidato, que às
vezes não foi muito bem votado?
Isso
ocorre, justamente, porque o candidato conquista o voto para o partido ou
coligação, quando formada.
Um clássico exemplo é o do deputado
federal Tiririca. Ele conseguiu sozinho votos para a sua coligação, suficientes
para eleger ele e mais três candidatos dos partidos PRB, PC do B e PT, que faziam
parte da sua coligação.
Quando votamos na legenda,
também ajudamos partidos da coligação?
Sim, todos os votos para candidatos e legendas vão para a
coligação, nos casos em que ela for formada. Depois de avaliado o montante
conquistado em número de cadeiras, elas são distribuídas entre os candidatos
mais votados dentro da coligação.
Supondo que um candidato a
governador tenha uma expressiva votação, esta influencia ou ajuda os candidatos
a deputado estadual?
Não diretamente. Geralmente isso influencia no sentido de que o
eleitor, muitas vezes, escolhe o candidato a governador e não escolhe os
candidatos a deputado federal e estadual, chegando a votar na mesma legenda do
candidato ao governo escolhido.
No caso da candidatura à
presidência, ela ajuda os candidatos a deputado federal?
Não necessariamente. Como no caso de governador, não há
influência direta.
O voto a senador é majoritário
ou proporcional?
É majoritário. As pessoas fazem essa confusão porque o senador
faz parte do legislativo e não do executivo. Todavia, a votação funciona da
mesma forma como a de presidente, governador e prefeito, ou seja, os votos são
destinados ao candidato e não distribuídos proporcionalmente à coligação ou partido.
"Votar em Dilma Roussef é continuar a invenção do novo Brasil", afirma Leonardo Boff
"Surgiu um estranho ódio contra o PT em muitos âmbitos da sociedade: suspeito que esse ódio é porque as políticas públicas permitiram aos pobres usarem o avião e visitarem seus parentes no nordeste, que conseguiram comprar seu carrinho e comprar num shopping moderno. O lugar deles não é no avião, mas permanecer lá na periferia, pois esse é seu lugar. Mas eles foram integrados na sociedade e em seus benefícios."
Leia o artigo
Tempos
atrás publiquei um artigo com o título “Contra as tramoias da direita:
sustentar a Dilma Rousseff”. Agora em tempos de campanha
presidencial vejo como ele mantem ainda atualidade. Refaço o texto no contexto
atual. É notório que a direita brasileira especialmente aquela articulação de
forças elitistas que sempre ocuparam o poder de Estado e o trataram como
propriedade privada (patrimonialismo), apoiadas pela mídia privada e familiar,
está se aproveitando da crise que é mundial e não apenas nacional (e temos a
vantagem de manter um mínimo de crescimento e o emprego dos trabalhadores,
coisa que não acontece nem na Europa e nem nos USA) para fazer sangrar a Presidenta Dilma e desmoralizar o PT e assim criar uma atmosfera que lhes
permite voltar ao lugar que por via democrática perderam.
Celso Furtado num livro pouco lido, A construção interrompida (1993), escreveu com acerto: “O tempo histórico se acelera e a contagem desse tempo se faz contra nós. Trata-se de saber se temos um futuro como nação que conta na construção do devenir humano. Ou se prevalecerão as forças que se empenham em interromper o nosso processo histórico de formação de um Estado-nação” (Paz e Terra, Rio 1993, 35).
Aqui reside a verdadeira questão: queremos prolongar a dependência daquelas forças nacionais e mundiais que sempre nos mantiverem alinhados e sócios menores de seu projeto ou queremos completar a invenção do Brasil como nação soberana que tem muito que contribuir para a atual crise ecológico social do mundo.
Se por um lado não podemos nos privar de algumas críticas ao governo do PT, mas críticas construtivas, por outro, seria faltar à verdade se não reconhecêssemos os avanços significativos sob os governos do Partido dos Trabalhadores. A inclusão social realizada e as políticas sociais benéficas para aqueles milhões que sempre estiveram à margem, possuem uma magnitude histórica cujo significado ainda não acabamos de avaliar, especialmente se nos confrontarmos com as fases históricas anteriores, hegemonizadas pelas elites tradicionais que sempre detiveram o poder de Estado.
Surgiu um estranho ódio contra o PT em muitos âmbitos da sociedade: suspeito que esse ódio é porque as políticas públicas permitiram aos pobres usarem o avião e visitarem seus parentes no nordeste, que conseguiram comprar seu carrinho e comprar num shopping moderno. O lugar deles não é no avião, mas permanecer lá na periferia, pois esse é seu lugar. Mas eles foram integrados na sociedade e em seus benefícios.
Devemos aproveitar as oportunidades que os países centrais em profunda crise nos propiciam: reafirmar nossa autonomia e garantindo nosso futuro autônomo, mas relacionado com a totalidade do mundo ou desperdiçá-las e viveremos atrelados ao destino sempre decidido por eles que nos querem condenar a sermos apenas os fornecedores dos produtos in natura que lhes falta e assim voltam a nos recolonizar.
Não podemos aceitar esta estranha divisão internacional do trabalho. Temos que retomar o sonho de alguns de nossos melhores analistas do quilate de Darcy Ribeiro e de Celso Furtado entre outros que propuseram uma reinvenção ou refundação do Brasil sobre bases nossas, gestadas pelo nosso ensaio civilizatório tão enaltecido mundialmente.
Este é o desafio lançado aos candidatos a mais alta instância de poder no país. Não vejo figura melhor para seguir nesta reconstrução a partir de baixo, com uma democracia participativa, com os seus conselhos e movimentos populares opinando e ajudando a formular caminhos que nos levem para frente e para o alto do que a atualPresidenta Dilma.
A situação é urgente, pois como advertia pesaroso Celso Furtado: “tudo aponta para a inviabilização do país como projeto nacional” (op.cit. 35). Nós não queremos aceitar como fatal esta severa advertência. Não devemos reconhecer as derrotas sem antes dar as batalhas, como nos ensinava Dom Quixote em sua gaia sabedoria.
Essa batalha será decidida dia 5 de outubro. Que os bons espíritos guiem os rumos de nosso país.
Celso Furtado num livro pouco lido, A construção interrompida (1993), escreveu com acerto: “O tempo histórico se acelera e a contagem desse tempo se faz contra nós. Trata-se de saber se temos um futuro como nação que conta na construção do devenir humano. Ou se prevalecerão as forças que se empenham em interromper o nosso processo histórico de formação de um Estado-nação” (Paz e Terra, Rio 1993, 35).
Aqui reside a verdadeira questão: queremos prolongar a dependência daquelas forças nacionais e mundiais que sempre nos mantiverem alinhados e sócios menores de seu projeto ou queremos completar a invenção do Brasil como nação soberana que tem muito que contribuir para a atual crise ecológico social do mundo.
Se por um lado não podemos nos privar de algumas críticas ao governo do PT, mas críticas construtivas, por outro, seria faltar à verdade se não reconhecêssemos os avanços significativos sob os governos do Partido dos Trabalhadores. A inclusão social realizada e as políticas sociais benéficas para aqueles milhões que sempre estiveram à margem, possuem uma magnitude histórica cujo significado ainda não acabamos de avaliar, especialmente se nos confrontarmos com as fases históricas anteriores, hegemonizadas pelas elites tradicionais que sempre detiveram o poder de Estado.
Surgiu um estranho ódio contra o PT em muitos âmbitos da sociedade: suspeito que esse ódio é porque as políticas públicas permitiram aos pobres usarem o avião e visitarem seus parentes no nordeste, que conseguiram comprar seu carrinho e comprar num shopping moderno. O lugar deles não é no avião, mas permanecer lá na periferia, pois esse é seu lugar. Mas eles foram integrados na sociedade e em seus benefícios.
Devemos aproveitar as oportunidades que os países centrais em profunda crise nos propiciam: reafirmar nossa autonomia e garantindo nosso futuro autônomo, mas relacionado com a totalidade do mundo ou desperdiçá-las e viveremos atrelados ao destino sempre decidido por eles que nos querem condenar a sermos apenas os fornecedores dos produtos in natura que lhes falta e assim voltam a nos recolonizar.
Não podemos aceitar esta estranha divisão internacional do trabalho. Temos que retomar o sonho de alguns de nossos melhores analistas do quilate de Darcy Ribeiro e de Celso Furtado entre outros que propuseram uma reinvenção ou refundação do Brasil sobre bases nossas, gestadas pelo nosso ensaio civilizatório tão enaltecido mundialmente.
Este é o desafio lançado aos candidatos a mais alta instância de poder no país. Não vejo figura melhor para seguir nesta reconstrução a partir de baixo, com uma democracia participativa, com os seus conselhos e movimentos populares opinando e ajudando a formular caminhos que nos levem para frente e para o alto do que a atualPresidenta Dilma.
A situação é urgente, pois como advertia pesaroso Celso Furtado: “tudo aponta para a inviabilização do país como projeto nacional” (op.cit. 35). Nós não queremos aceitar como fatal esta severa advertência. Não devemos reconhecer as derrotas sem antes dar as batalhas, como nos ensinava Dom Quixote em sua gaia sabedoria.
Essa batalha será decidida dia 5 de outubro. Que os bons espíritos guiem os rumos de nosso país.
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